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quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Irving Berlin




Nasceu na Siberia, Rússia, 11 de maio de 1888 –
e faleceuNova Iorque, EUA, 22 de Setembro de 1989, na idade de 101 anos.-

foi um compositor e letrista dos Estados Unidos no século 20. Um dos mais prolíficos compositores da história.
Berlin foi um dos poucos compositores de Tin Pan Alley e Broadway a escrever suas letras e música para suas canções.
Entretanto ele nunca aprendeu a ler música além de um nível rudimentar, com a ajuda de vários assitentes ou colaboradores musicais, ele compôs mais de 3,000 canções, muitas delas "God Bless America", "White Christmas", "Anything You Can Do", "There's No Bussiness Like Show Bussiness" deixaram uma indelével marca na cultura e música mundial.
Ele compôs dezessete trilhas para filmes e vinte e uma para Broadway.

Berlin nascido como Israel Isidore Beilin de uma família Judeu-Asquenaze em Mogilev, agora Bielorússia (de acordo com outras fontes possivelmente em Tiumen, Rússia). Sua família de mudou para os EUA em 1893. Seus pais eram Leah (Lena) Yarchin e Moses Beilin; seu pai era cantor que conseguiu esse emprego certificando carnes Cashrut.

Após a morte de seu pai em 1896, Irving começa a trabalhar para sobreviver. Ele teve vários empregos de rua, como vender jornais ou artista de rua. A áspera realidade econômica de ter de trabalhar ou morrer de fome teve um permanente efeito no modo como Berlin tratava o dinheiro.

Enquanto trabalhava como garçom no Café Pelham em Chinatown, Berlin pediu ao dono do local para que ele pudesse escrever uma canção para o café, porque a taverna rival tinha sua própria canção também. "Marie from Sunny Italy", com música por Nick Nicholson, o pianista do café, foi a música que logo foi apresentada. Embora ele ter ganho apenas $37 centavos de dólar, ele recebeu uma nova carreira e um novo nome: Israel Beilin, em um erro de impressão ficou: "I. Berlin na composição."

Berlin primeiramente trabalhou unicamente como letrista, e somente começou a tentar compor música quando um equívoco aconteceu sobre sua letra de "Dorando". Ele tentou vender a letra da música para alguém que dissesse que já tinha uma melodia para juntar a ambos. Através de sua carreira Berlin confiava em assistentes musicais ou colaboradores. Cliff Hess trabalhou com Berlin desta maneira por aproximadamente 1912 a 1917 sendo sucedido por Arthur Johnston e depois Helmy Kresa. Nenhum destes músicos foram creditados como co-compositores.

Berlin era autodidata em piano e supostamente restringia-se principalmente às teclas pretas do piano. Conseqüentemente, ele comprou um piano especial com uma tonalidade abaixo no teclado, possibilitando-o a transpor sua música mecanicamente.Certa vez ele explicou seu método de composição:

"Eu tenho uma idéia, um título ou uma frase ou melodia, e canto ela. Quando eu tenho uma canção completa, eu a memorizo e passo-a para o arranjador."

Muitas de suas primeiras canções, entre elas "Sadie Salome (Go Home)", "That Mesmerizing Mendelssohn Tune" e "Oh How That German Could Love", tiveram um sucesso modesto em forma escrita, como gravação no espetáculo de vauldeville. Mas foi com Alexander's Ragtime Band em 1911, com a ajuda de Alfred Doyle, que lançou sua carreira como uma das estrelas de Tin Pan Alley. Richard Corliss, na Time em um perfil sobre Berlin em 2001, escreveu:

“ Alexander's Ragtime Band (1911). Foi uma marcha, não uma rag. Sua astuta musicalidade conseguiu ainda abranger toques de cornetas citando ainda a música Swanee River. Mas a melodia, que reviveu o fervor da ragtime desenvolvida por Scott Joplin uma década antes, fez de Berlin um cancionista notável. Em seu primeiro lançamento, quatro versões da música figuraram em #1, #2, #3 e #4 nas paradas. Bessie Smith, em 1927, e Louis Armstrong, em 1937 fizeram ela uma das top 20 com suas interpretações. Em 1938 a música foi #1 novamente, em um dueto com Bing Crosby e Connee Boswell; outro dueto de Crosby, desta vez com Al Jolson, foi top 20 em 1947. Johnny Mercer apresentou uma versão em 1945, e Nellie Lutcher colocou em #13 uma versão R&B em 1948. Ainda Ray Charles com sua brilhante big band em 1959, "Alexander" teve várias versões em menos de meio século. ”



Alexanders Ragtime Band com a orquestra de Lawrence Welk, 1.958

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

'Heitor Villa-Lobos"



Nasceu nooRio de Janeiro, 5 de março de 1,887
e faleceu no Rio de Janeiro, 17 de novembro de 1.959.

Ccompositor brasileiro, célebre por unir música com sons naturais.

Aprendeu as primeiras lições de música com o pai, Raul Villa-Lobos, funcionário da Biblioteca Nacional, que morreu em 1899. Ele lhe ensinara a tocar violoncelo usando improvisadamente uma viola, devido ao tamanho de "Tuhu" (apelido de origem indígena que Villa-Lobos tinha na infância). Sozinho, aprendeu violão na adolescência, em meio às rodas de choro cariocas, às quais prestou tributo em sua série de obras mais importantes: os Choros, escritos na década de 1920. Casou-se em 1913 com a pianista Lucília Guimarães.

Após viagens pelo Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, no final da década de 1910, ingressou no Instituto Nacional de Música, no Rio de Janeiro, mas não chegou a concluir o curso, devido à desadaptação - e descontentamento - com o ensino acadêmico.

Suas primeiras peças tiveram alguma influência de Puccini e Wagner, mas a de Stravinsky foi mais decisiva, como se vê nos balés Amazonas e Uirapuru (ambos de 1917). Apesar de suas obras terem aspectos da escrita européia, Villa-Lobos sempre fundia suas obras com aspectos da música realizada no Brasil. Utilizava sons da mata, de eventos indígenas, africanos, cantigas, choros, sambas e outros gêneros muito utilizados no país. O meio acadêmico desprezava o que escrevia, até que uma turnê do pianista polonês Arthur Rubinstein pela América do Sul, em 1918, proporcionou uma amizade sólida, que abriria as portas para a mudança de Villa-Lobos para Paris, em 1923.

Na Semana de Arte Moderna, em 1922, ficou famoso um episódio em que o compositor é chamado ao palco e entra com um dos pés calçado de sapato e o outro de sandália, com uma atadura chamativa no dedão. Interpretada como uma atitude de vanguardismo provocativo, Villa-Lobos é vaiado; depois viria a explicar que o ferimento era verdadeiro, demonstrando sua ingenuidade ante as reações ardorosas despertadas pelo evento.
Passou duas longas temporadas na França, o maior reduto musical da época, através da ajuda financeira da família Guinle. Residiu em Paris entre 1923 e 1924, e de 1926 a 1930, quando voltou ao Brasil para participar de um programa de educação musical do governo de Getúlio Vargas. Nesse tempo, a influência de Stravinsky foi sobrepujada pela da música brasileira, seja a indígena, seja a dos chorões. Essas duas vertentes são bastante marcantes nos catorze Choros. Os temas nordestinos viriam a se fazer mais presentes na década de 1930, ao lado da inspiração reencontrada em Bach.
O ano de 1930 deu novo rumo à vida do compositor, pois conseguiu concretizar seu projeto de introduzir a disciplina Canto Orfeônico (coral) nas escolas de ensino médio de todo o país, por intermédio da confiança depositada pelo interventor do Estado de São Paulo, João Alberto, aliado de Getúlio Vargas. Foi professor catedrádico de Canto Orfeônico do Colégio Pedro II,no Rio de Janeiro.

Desse projeto, destacaram-se os concertos ao ar livre com a participação de milhares de alunos. Um desses concertos, no estádio São Januário, contou com quarenta mil vozes e a presença do presidente Getúlio Vargas. Em 1936, pediu separação de sua primeira esposa e se uniu com Arminda d'Almeida Neves, a "Mindinha", com quem viveu até a morte.

Na década de 1940, Villa-Lobos conheceu os Estados Unidos. Teve ótima aceitação de suas obras e a definitiva aclamação. Diversas orquestras estado-unidenses lhe encomendaram novas composições, bem como de instrumentistas renomados que lá moravam ou se apresentavam. Se na metade de sua vida, seu eixo fora Rio-Paris, agora passava a ser Rio-Nova Iorque. Mesmo com o sucesso, nunca foi rico; também não teve filhos. Em 1947, em Nova Iorque, sofreu a primeira intervenção cirúrgica para tratar do problema que iria tirar-lhe a vida doze anos mais tarde, pouco mencionado em suas biografias: o câncer de bexiga, causado por seu vício em charutos. Recuperou-se e ganhou mais vigor para compor.

Na sua última década de vida surgiram as cinco últimas sinfonias, os seis últimos quartetos de cordas, quase todos os concertos (exceto o primeiro para piano e o primeiro para violoncelo), sua ópera Yerma, a suíte A Floresta do Amazonas e diversas obras de câmara, como a Fantasia Concertante para Violoncelos (1958) e o Quinteto Instrumental, para flauta, violino, viola, violoncelo e harpa (1957). Em nova viagem a Paris, em 1955, gravou algumas de suas obras mais importantes, regendo a ORTF (Orquestra da Rádio-Teledifusão Francesa), mais de sete horas de música, remasterizadas na década de 1990, e atualmente disponíveis em CD. Em 1959, regeu sua última gravação, à frente da Symphony of the Air, justamente A Floresta do Amazonas, e voltou para o Rio de Janeiro, onde veio a falecer poucos meses depois, em sua casa.


Villa-Lobos se incomodava muito com o título de compositor brasileiro. Ele sempre fazia questão de dizer que era compositor do mundo, afinal ninguém fala de outros compositores como Mozart, Bach, etc., dizendo que são de determinados países.

Prêmios:

Entre os títulos mais importantes que recebeu, está o de Doutor Honoris Causa pela Universidade de Nova Iorque; foi o primeiro presidente da Academia Brasileira de Música e regeu onze orquestras brasileiras e quase setenta na Alemanha, Argentina, Áustria, Bélgica, Canadá, Chile, Cuba, Dinamarca, Espanha, Estados Unidos, Finlândia, França, Grécia, Holanda, Inglaterra, Israel, Itália, México, Portugal, Suíça, Uruguai e Venezuela.

Estilo:


A música de Villa-Lobos é, sobretudo, sui generis: o compositor nunca chegou a possuir um estilo definido. Se tanto, é possível encontrar preferências por alguns recursos estilísticos: combinações inusitadas de instrumentos (que muitas vezes prejudicaram a expressividade da música), arcadas bem puxadas nas cordas, uso de percussão popular, imitação de cantos de pássaros (recurso no qual era mestre, só tendo um único concorrente: o francês Olivier Messiaen; ambos nunca se conheceram).

Não defendeu nem se enquadrou em nenhum movimento, e continuou por muito tempo desconhecido do público no Brasil e atacado impiedosamente pelos críticos, dentre os quais Oscar Guanabarino, seu eterno opositor. Ainda assim, sempre foi fiel a seu próprio impulso interior para compor: "Minha música é natural, como uma cachoeira", disse certa vez. Essa obediência a seu instinto o tornou o mais prolífico compositor erudito do século XX; somente alguns barrocos, como Telemann, possuem mais obras do que Villa-Lobos.

Esse instinto pela natureza mesma da palavra não era disciplinado, e essa indisciplina se manifestou muitas vezes numa harmonia (uso de acordes) excessivamente livre, quando fazia uma peça deliberadamente tonal, e numa orquestração inadequada - sua vida desprogramada, às vezes tendo de se render às necessidades do dia-a-dia, colaborou para que diversas obras ficassem sem um melhor acabamento.

Villa-Lobos, porém, sempre se recusou a fazer revisões, aceitava seus "monstros", como ele chamava os rascunhos que rabiscava em guardanapos, e nunca usou a palavra "acabamento": não se concentrava numa obra só e logo passava às idéias novas que lhe surgiam, na sala de sua casa, num navio ou num trem. Por outro lado, é possível encontrar composições onde recorreu a melodias já usadas antes, tal qual em Magdalena.

Esses problemas, todavia, não estão presentes em três de suas peças mais conhecidas. O Trenzinho do Caipira é uma magistral amostra de uso dos instrumentos de uma orquestra imitando o som de um trem. A Cantilena das Bachianas n° 5, originalíssima em sua instrumentação, possui um contraponto simples, mas muito correto. A Introdução das Bachianas n° 4 - matéria-prima do Samba em Prelúdio, de Baden Powell e Vinícius de Morais - apresenta progressões harmônicas bem trabalhadas e que casam perfeitamente com o clímax romântico do meio do movimento.